Sinopse:O vendedor de seguros Truman Burbank (Jim Carrey) vive em Seaheaven, um paraíso terrestre onde todos parecem conviver em perfeita harmonia. Mas, seu casamento com Meryl (Laura Linney) não anda muito bem e, pra piorar, ele sente-se constantemente vigiado.
Decidido a investigar se realmente o estão espionando, Truman começa a perceber uma séries de situações estranhas, que aguçam ainda mais suas dúvidas e levam-no à descoberta: sua vida é um show de tv.
Abandonado pelos pais ainda bebê, Truman é adotado por uma rede de televisão que o cria num mundo irreal: a cidade onde vive é um imenso cenário, sua esposa, amigos, vizinhos, todos são atores contratados. Sua vida é uma farsa, acompanhada por milhares de telespectadores.
A partir de então sua luta é para libertar-se e poder viver verdadeiramente.
(retirado de http://www.webcine.com.br/filmessi/truman.htm)
O mito da Caverna de Platão e o filme Show de Truman.
Podemos entender o filme “Show de Truman” como uma versão moderna do “Mito da Caverna” de Platão. É possível identificar no filme diversos elementos que permitem a associação das duas narrativas. Outras obras cinematográficas recentes apresentam similaridades com o antiquissimo mito de Platão, o popular filme Matrix é uma delas.
Alguns dos elementos do filme “Show de Truman” que revelam o paralelo entre a obra de cinema e o mito Platônico:
A “Caverna das Aparências” de Platão funciona como um cativeiro, e os prisioneiros que habitam seu interior, acreditam que as sombras que vêem projetadas dentro dela são a realidade (os prisioneiros vivem sendo enganados por um processo de ilusão que fazem eles tomarem o falso como verdadeiro).
A ilha de Seaheaven é um grande cenário (um mundo falso) que também funciona como um cativeiro para o protagonista do filme Truman Burbank, que vive sua vida dentro dela sem saber que é o astro de reality show exibido em uma rede de televisão.
Os prisioneiros do mito da caverna estão algemados, estas algemas representam os pré-conceitos e pré-juízos das pessoas comuns. O pensamento irrefletido do dia a dia (do cotidiano).
O que prende Truman Burbank na ilha, é a rotina (seu cotidiano) e todas as estratégias subjetivas pensadas e aplicadas pelos mentores do reality show para torna-lo uma pessoa passiva, alienada e conformista.
Um dos prisioneiros da caverna se torna um sujeito questionador e a partir daí percorre um doloroso caminho para fora da caverna.
Truman também começa a questionar o mundo a sua volta e a partir daí percorre um árduo e doloroso caminho para sair da ilha e conhecer o mundo real.
Nos dois casos sair da ilha é um risco, é perigoso. Ambos personagens arriscam a vida nas narrativas, Truman para conseguri sair da ilha e o prisioneiro da caverna ao retornar para libertar seus amigos de cativeiro.
Ambos os personagens buscam o caminho do novo, motivados por um desejo de saber para além do que conhecem.
O Show de Truman e a nossa sociedade do espetáculo.
Tudo no filme acontece dentro de um show de TV, quando assistimos com atenção é difícil não relacionar o mundo de Truman (onde vigora o poder de ilusão dos meios de comunicação) com o nosso mundo real.
Hoje os meios de comunicação são os veículos mais poderosos de propagação de opiniões e saber duvidoso. Ao paramos na frente do televisor, não seriamos também um prisioneiro do mundo das aparências?
Quem não viu o filme em minha aula, veja alugando. realmente vale assistir.