quarta-feira, 28 de julho de 2021

Monumentos, história e resistência.

Fica como dica de leitura.

Pois uma estátua não é apenas um documento histórico. Ela é sobretudo um dispositivo de celebração. Como celebração, ela naturaliza dinâmicas sociais, ela diz: “assim foi e assim deveria ter sido”. 

Um bandeirante com um trabuco na mão e olhar para frente é a celebração do “desbravamento” de “nossas matas”. Desbravamento esse que não é abertura de nada, mas simples apagamento de violências reais e simbólicas que não terminaram até hoje

. https://brasil.elpais.com/opiniao/2021-07-26/do-direito-inalienavel-de-derrubar-estatuas.html

quinta-feira, 22 de julho de 2021

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Live sobre Ensino de Filosofia.

Live sobre a importância da Filosofia na educação básica e fundamental no Brasil. Promoção do filme "Ensino de Filosofia: em defesa do pensamento crítico": https://www.youtube.com/watch?v=bvMZ0...

domingo, 18 de julho de 2021

Fake news e conforto psicológico.

   Recentemente começou a rolar pela internet uma imagem falsa de uma senhora fazendo L com a mão do lado do atual presidente no hospital. Segundo militantes nas redes sociais seria uma ação crítica, notoriamente a inicial do nome do ex presidente e pré-candidato Lula. Coisa parecida foi dita de gestos promovidos por operários que posaram do lado de Bolsonaro em uma obra e também por pelo jogador Ramires em uma comemoração. Em ambos os casos os próprios autores dos gestos negaram que o L seria uma referência ao ex-presidente, mais ainda existe muita gente que jura que nas duas ocasiões foi isso mesmo evidentemente mesmo frente a negativa dos protagonistas dos casos citados.

Neste caso recente não é difícil perceber que a imagem é falsa, mas mesmo assim a imagem está sendo replicada em diversos grupos de professores e em perfis de pessoas com bastante estudo e formação. Mas afinal, como isso é possível?

     Temos aqui um "belo" exemplo de como "fake news" funcionam e se espalham. É um equivoco acreditar que estas se propagam somente por conta da falta de formação das pessoas, pois as mesmas estão escoradas principalmente na emoção (no phatos). É comum que as pessoas em relação as informações se fundamentem dentro de uma lógica de confirmação de crenças, ou seja, quanto mais concorde com o que eu acredito mais verdadeira é a informação. Este tipo de pensamento facilmente pode levar a enganos absurdos. Quando o critério para tomar algo como verdade é "espelhamento" do que pensamos a tendência é mesmo propagarmos coisas estupidamente e falsas independente de nossas posições políticas e ideológicas. Pois algo não vai deixar de ser verdadeiro porque não acreditamos e nos incomoda, ou ser verdadeiro só porque queremos que assim seja.

    Este tipo de comportamento se dá porque as pessoas normalmente estão em busca de conforto psicológico e de pensamento, mesmo que este signifique distorcer a realidade para caber no que imaginamos. 

    O atual governo brasileiro de extrema direita é acusado por muitos de investir pesadamente em campanhas de fake news, e manipular os sentimentos das pessoas para estimular comportamentos questionáveis da população. E temos muitos motivos para acreditar que campanhas deste tipo fazem mesmo parte do núcleo de sua comunicação, vide toda a desinformação plantado pelo governo em relação ao combate a pandemia. Seja como for, a mentira sempre foi uma ferramenta poderosa para mobilizar e organizar as pessoas para os mais diferentes projetos de poder, e na era da internet não poderia deixar de ser.

    Mais do que nunca a capacidade crítica é essencial, e não só para o "lado de lá", para os outros e os "incultos". Esse compromisso com a crítica tem de ser de todos, também tem que ser nosso. Caso contrário todos perdemos.

 Links afins.

http://www.espn.com.br/noticia/224179_ramires-explica-l-em-comemoracao-de-gol-na-champions-foi-homenagem-a-lula?fbclid=IwAR1WmBN0lJT-BbouMmaq3ejVPTsEEWyEcpx5xofmzVu2LFDxKcK9UUUmCRk

https://www.poder360.com.br/brasil/operario-fotografado-com-bolsonaro-nega-homenagem-a-lula-arminha/?fbclid=IwAR3dKU08THVTAgyrKuYI0unOJEbzHmCK1OrWv1GQCI_3dL_WWWE9ny2Dnos

https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/07/08/investigacao-aponta-assessor-de-bolsonaro-como-responsavel-de-pagina-de-fake-news-derrubada-pelo-facebook.ghtml

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/06/11/tem-havido-sabotagem-sistematica-ao-combate-da-covid-diz-medico-a-cpi.htm

 

 

sábado, 17 de julho de 2021

Cuba hoje: mais do que nunca é preciso não desligar a crítica.

 

   Olhares reducionistas acríticos sempre acabam por nos atrapalhar nos levando a becos sem saída.
É evidente que qualquer pessoa minimamente progressista tem que se posicionar contrários ao embargo e as ações imperialistas contra Cuba. E evidente também que quem é de esquerda precisa defender as conquistas sociais da revolução socialista na ilha. Mas é importante frisar que para isso não podemos desligar nossa capacidade crítica. Quando fazemos isso vamos na contramão destes propósitos.
No fim de semana que se passou tivemos fortes mobilizações na ilha, que emergiram de forma espontânea apesar de todo sistema de controle e coerção colocados pelo governo cubano. Um movimento de composição múltipla e caráter difuso que levantou diversas pautas legitimas, tais como: melhorias das condições sociais (mais acesso a alimentos, eletricidade, vacinação e etc) e aumento de liberdades individuais (liberdade de expressão, de organização e etc). Como resposta as passeatas que ocorreram em diversas cidades do país o governo Cubano partiu para a repressão (utilizando-se para isso da policia, exército e "milícias") e censura (cortando a internet e impedindo a livre circulação de informação). O resultado foi a prisão de centenas de pessoas e um processo de perseguição aos que participaram dos protestos que ainda está em curso.
    Neste fim de semana estamos vendo a maioria da esquerda brasileira "emocionada" com a reação propagandística do governo que organizou um grande ato comício em sua defesa. Sei que as reflexões sobre Cuba em nosso país costumam ser conduzidas de forma acrítica em cima de uma visão romantizada da ilha, e que o neostalinismo está na moda. Mas fica aqui o apelo: quem tem a intenção de pensar Cuba hoje sem reducionismos, romantizações e demonizações precisa reforçar o olhar crítico e não calar a razão. Quando governos organizam atos "populares" em defesa de si mesmos através da mobilização de toda a estrutura do Estado temos como resultado algo patético. Inclusive costuma ser um sinal que as coisas não estão nada boas para o poder constituído. Já vimos este tipo de mobilização em outros países, inclusive aqui no Brasil tivemos coisas parecidas. Me lembro por exemplo das passeatas organizadas pelo PMDB no estado do RJ em defesa dos royalties do petróleo. Centenas de ônibus fretados com funcionários de cargo comissionados mobilizados para encher as ruas para defender algo que não fazia muito sentido para a maioria da população (que estava fora do debate concreto desta pauta).
    Não precisamos insistir nesta ideia de que todos estamos refém de uma prova de múltipla escolha, sendo obrigado a escolher entre apoiar o embargo ou o atual governo cubano. Sempre podemos mais do que isso.

Para refletir sobre a Colonização.

 


quinta-feira, 15 de julho de 2021

Para pensar Cuba Hoje!

Neste bate papo iremos conversar sobre Cuba hoje, discutindo os temas da atual reforma econômica, crise política que ganhou espaço em todos os noticiários. Também discutiremos sobre o uso da internet na ilha. A ideia aqui é possibilitar reflexões críticas para além de romantizações e demonizações.
"SER RADICAL É TOMAR AS COISAS PELA RAIZ" (KARL MARX)

Visualizações de página do mês passado