sábado, 25 de outubro de 2008

O Mito da Caverna e Método socrático entendido como processo de conscientização


O Mito da Caverna e Método socrático entendido como processo de conscientização.

Tanto o Método Socrático quanto o Mito da Caverna podem ser entendido como um processo de consciêntização, onde através de uma postura crítica "o sujeito" abandona uma posição inicial de alienação e falso saber para galgar uma posição crítica que lhe garante a possibilidade de obtenção de um saber mais elaborado e seguro e também um estado diferêncial de consciência, já que como "sujeito crítico" este se reconhece como elemento ativo e não mais como mero elemento passivo diante o conhecimento e as coisas.


Método Socrático:

Saber comum Ironia Maiêutica

(Saber Irrefletido) (Momento da Critica) (Busca pela Verdade)
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Sujeito Passivo Sujeito Crítico
(Alienado) (Consciente)

Mito da Caverna:

Prisioneiro Fugitivo Livre
(Alienado, Passivo (Consciente, Ativo, Sábio)
Iludido)

domingo, 19 de outubro de 2008

Atitude Crítica e Reflexão Filosófica


A Atitude Crítica
Eu sei que pode parecer simplista ou até mesmo maniqueísta a divisão e oposição teórica de dois tipos de consciência e atitude diante as coisas do mundo. Porém didaticamente uma divisão "simbólica" neste sentido pode não ser equivocada, já que um dos principais objetivos do estudo da disciplina Filosofia (se não o principal objetivo) é o desenvolvimento de uma consciência e postura crítica diferenciada.
De certa forma todas as discussões que ocorreram até este momento em nossas aulas se relacionam ao desenvolvimento de uma maneira diferenciada de pensar e encarar as coisas do mundo. Tanto o Método Socrático quanto a Alegoria da Caverna afirmam que para conhecer verdadeiramente as coisas é necessário o abandono das crenças e opiniões que são irrefletidamente estabelecidas e aceitas, e uma busca por um saber mais preciso e elaborado.
A Filosofia Socrático-Platônica trabalha com uma distinção fundamental em relação ao saber, que é: Aparência X Verdade.
Utilizando-se desta distinção podemos identificar dois tipos opostos de saberes: o saber comum (que pode ser relacionado à aparência) e o saber crítico (relacionado a uma busca mai elaborada pela verdade):

Abaixo segue um esquema para facilitar a compreder esta distinção:
O Saber do Cotidiano. ( do Senso Comum)
  • É o Saber do “dia a dia”, no qual a maioria das pessoas baseiam suas ações.
  • São baseados em crenças, dogmas e opiniões, ou seja, saberes irrefletidos, não questionados, não examinados.
  • Podem facilmente levar o sujeito ao erro, fazendo os sujeitos tomarem o não-verdadeiro como verdade.
O Saber promovido pela crítica. (do Bom Senso)
  • É o saber do sujeito questionador que através de uma postura crítica diante o conhecimento e as coisas, procura superar o saber irrefletido e impreciso do cotidiano.
  • Saber baseado em questionamentos, na crítica.
  • É um saber “mais preciso” e elaborado, pois se baseia em interrogações.

    A Atitude Crítica e a Filosofia.
    Se pensarmos nas formas que o pensamento e ações humanas podem se relacionar com o conhecimento e o mundo a nossa volta. Podemos discernir dois campos típicos, distintos e opostos de consciência e atitude:
    • O Primeiro caracterizado pela aceitação quase irrestrita do saber do cotidiano. É o saber do sujeito comum, conformado e passivo. (Atitude Costumeira)
    • O Segundo caracterizado pela busca perpétua por um saber mais elaborado e preciso. Busca esta empreendida pelo sujeito questionador.
    Esta segunda forma de se relacionar com o saber e as coisas do mundo se chama Atitude crítica (é a atitude típica do Filosofo).
    A palavra crítica.
    • Normalmente as pessoas associam a palavra crítica a ir contra alguma coisa, falar mau de algo ou apontar um erro.
    • No entanto o significado original da palavra se relaciona com a capacidade de julgar, avalia, e examinar racionalmente e detalhadamente uma idéia (ou um valor, um comportamento, uma obra e etc.).
    • Quando falamos do significado da palavra crítica, podemos ter em mente o trabalho do crítico de música ou de arte que em tese, é o profissional que através de um estudo racional julga e avalia as obras artísticas (uma música, um álbum musical, um quadro e etc.).
    A atitude crítica (ou filosófica) é dupla:
    • Por um lado ela nega os saberes estabelecidos, os pré-conceitos e os pré-juízos.
    • Por outro ela interroga sobre o que, o porquê, e como das coisas que nos cercam.
    *  O que impele o homem a Atitude Crítica é o desejo de saber que nasce da percepção das contradições, incoerências e inconsistências das crenças cotidianas.
    *  Os momentos de crise (momentos que as explicações estabelecidas não dão conta de resolver e pensar os problemas e realidade discutida) são momentos especialmente férteis para o exercício da crítica (e assim sendo também da filosofia).  
    * As três perguntas colocadas pela Atitude Filosófica são: Perguntar o que é ? (A Significação), perguntar porque é ? (A Causa), perguntar como é ? (A estrutura” ou “sistema).


    Reflexão Filosófica

    A palavra Reflexão: Etimológicamente significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno sobre si.

    A reflexão Filosófica: é o movimento pelo qual o pensamento, examinando o que é pensado por ele, volta-se para si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. Pensar o pensamento.



    A reflexão filosófica organiza-se em torno de 3 questões:

    1 Porque pensamos o que pensamos (motivos)
    2 O que queremos pensar quando pensamos (conteúdo)
    3 Para que pensamos o que pensamos (finalidade)







    "SER RADICAL É TOMAR AS COISAS PELA RAIZ" (KARL MARX)

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