O COIREM é um encontro que surgiu de um sonho coletivo acalentado na Tekoa (Teko Haw) Maraka’nà e no CESAC (Centro de Etnoconhecimento Sociocultural e Ambiental Cauyré). Sua construção parte de uma inquietação: a constituição de um espaço de educação popular, de resistência intercultural, de bem público-comum construído autonomamente pelos e para os povos indígenas e originários. A invisibilidade destes povos, a negação de sua historicidade, o seu genocídio e a criminalização e execução de suas lideranças, torna fundamental e urgente a criação deste espaço. A este espaço chamamos de Universidade Indígena (UI). A UI é um lugar de articulação, denúncia, produção coletiva de conhecimento estratégico para lutas, (re)valorização dos saberes ancestrais, dos princípios de convivência sociocomunitária destes povos tradicionais, fortalecimento e de superação da condição de criminalização e opressão histórica dos povos indígenas.
O COIREM 2018, tem por objetivo principal estabelecer as diretrizes políticas, sociológicas, filosóficas, pedagógicas e artístico-culturais da implementação da Universidade Indígena e reconhecer e desenvolver propostas de fortalecimento da resistência de base comunitária e de luta pela terra pelos povos indígenas. Também consideramos urgente o registro da criminalização das lideranças dos povos indígenas e da invisibilidade dos povos e do racismo historicamente sofrido. Trata-se da deflagração do processo de constituição participativa de uma universidade-aldeia indígena, como espaço de formação superior, na vivência comunitária de princípios, usos e costumes tradicionais indígenas e intercultural, aliada ao reconhecimento e busca por reparação pelo Genocídio/Racismo Indígena historicamente praticado estruturalmente pelas práticas colonialistas do Estado.
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